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Reflexões sobre equidade e inclusão marcam o Dia Mundial da Saúde

Instituído pela OMS, Dia Mundial da Saúde aborda questões voltadas à saúde pública

Créditos: freepik

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu, em 1948, a data 7 de abril como o Dia Mundial da Saúde e, em cada ano, desde então, a instituição elege um tema próprio, focado em uma preocupação específica de saúde pública para fomentar. Agora, em 2023, a entidade escolheu a pauta Saúde para Todos, a fim de discutir o acesso e a equidade nos atendimentos.

Em novembro do ano passado, dados divulgados pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) mostraram que 72,69 milhões de pessoas, no Brasil, não possuem acesso à saúde básica oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Estratégia Saúde da Família (ESF). O número representa 34% da população do país.

Mesmo o SUS sendo considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, os dados mostram o tamanho do desafio enfrentado para garantir que a população usufrua de forma igualitária os serviços médicos. Ainda segundo o Instituto, o problema afeta cidadãos diferentes por várias regiões do Brasil. A maioria da população desassistida está nas capitais ou regiões metropolitanas, com concentração no Sudeste, por conta da quantidade de habitantes. Mas, no Nordeste, também é possível detectar grupos minoritários nessa condição.

A dificuldade em obter o atendimento médico acaba por atrasar ou, até mesmo, impedir o diagnóstico de doenças que, por ausência de exames, não são detectadas. A doença renal crônica (DRC), por exemplo, é uma enfermidade silenciosa, cujos sintomas são sentidos nos estágios mais avançados, mas é facilmente detectável por meio de um exame de sangue simples.

A Nefrologista Ana Beatriz Barra, Diretora Médica da Fresenius, explica que a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, além de restringir a detecção e o tratamento precoce da doença renal crônica, também restringe a sobrevida dos pacientes já em diálise. “Só uma boa diálise não parece ser o suficiente para o paciente com falência crônica dos rins. É preciso uma teia de serviços amplos que suportem estas pessoas. Em um estudo que publicamos no ano passado pela Universidade Federal Fluminense demostramos que, quando todos os ajustes para idade e doenças concomitantes eram feitos em uma grande amostra de pacientes em hemodiálise, os pacientes que dependiam do SUS tinham uma sobrevida pior do que aqueles que contavam com convênios privados”, alerta.

Assim, a discussão de Saúde para Todos chama atenção para a necessidade de investimentos em infraestrutura, recursos e pessoal capacitado, bem como uma abordagem mais integrada e colaborativa entre os setores público e privado.

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