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Pedra nos rins: nefrologista esclarece as principais dúvidas sobre a doença

O cálculo renal, popularmente conhecido como pedra nos rins, é uma doença bem comum entre os brasileiros. Confira as principais dúvidas sobre o tema e saiba quando é preciso pedir ajuda médica

Créditos: divulgação

Nefrolitíase, cálculo renal ou pedra nos rins. Esses são alguns dos nomes de uma doença bastante comum entre os brasileiros. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a condição acomete 12% da população nacional, ou seja, cerca de um a cada oito brasileiros terá tal diagnóstico. Nesta matéria, o Dr. Paulo Santos, Nefrologista e Coordenador Médico da Fresenius, esclarece as dúvidas mais frequentes sobre o tema.

Quais são as principais causas da pedra nos rins?

A formação do cálculo pode ter diversos motivos, mas de uma maneira geral, ocorrerá, principalmente, em decorrência de uma urina concentrada, seja pelo excesso de eliminação de sais minerais e/ou cristais, como de cálcio e de ácido úrico, que pode precipitar na urina; ou pela eliminação de baixo volume urinário, como em condições de pouca ingestão de líquidos. Outro fator causal importante é a redução da eliminação urinária de sais de citrato - protetores quando presentes na urina.

Quais são os principais sintomas da doença?

Os sintomas surgem quando o cálculo renal migra pela via urinária durante a eliminação. Eles consistem em cólicas de forte intensidade na região do flanco (laterais do abdome no corpo), com duração de minutos a horas e, ainda, irradiação para baixo ventre e área genital. Náuseas, vômitos e presença de sangue na urina são frequentes. 

Existe perfil de paciente mais propenso a desenvolver pedra nos rins?

Os homens são mais acometidos, com pico acima dos 30 anos. Merecem atenção pessoas com alteração anatômica do trato urinário, infecção urinária de repetição, antecedente familiar de cálculos renais, moradores de países de clima tropical, como o Brasil, sedentários, além de indivíduos com elevado consumo de sal e baixa ingestão de líquidos. 

Quando é preciso buscar ajuda médica?

Durante o episódio de cólica renal, é importante ir ao pronto atendimento para ser devidamente medicado e realizar exames de imagem capazes de evidenciar a localização e o tamanho do cálculo, além de descartar outras condições que clinicamente possam vir a ser confundidas com cólica renal. Sintomas como dor refratária, febre e diminuição de diurese (quantidade de urina) são sinais de alerta que indicam complicações. Assim, o paciente deve buscar assistência médica prontamente.  

Qual é a diferença entre um urologista e um nefrologista? 

O nefrologista é um especialista clínico que investiga e trata doenças primariamente renais ou doenças que não se originam dos rins, mas que acabam acometendo-os. Já o urologista é um cirurgião especializado, e embora também se envolva no tratamento clínico, se dedica especialmente nos procedimentos cirúrgicos do aparelho geniturinário, que inclui rins, bexiga, uretra e órgãos reprodutivos masculinos.

Qual é a função de cada um desses especialistas em relação ao cálculo renal? Quando procurar um ou outro?

É bastante comum o diálogo dessas especialidades quando o assunto é cálculo renal. Ambas se complementam na investigação diagnóstica, no tratamento clínico e nas orientações para evitar a formação de novas pedras. O urologista será responsável pela retirada cirúrgica dos cálculos e deverá ser consultado nos casos complicados e que têm elevado risco de não eliminação espontânea. Os nefrologistas investigam o motivo da formação de cálculos de repetição e tratam os pacientes no intuito de evitar novas formações.

Quais exames detectam a pedra nos rins?

O exame padrão-ouro para diagnosticar o cálculo renal é a tomografia computadorizada de abdome e pelve sem contraste. Outro método bastante utilizado, mas com menor sensibilidade, é o ultrassom das vias urinárias.

Quais são as formas de tratamento? E de prevenção?

Cálculos pequenos menores que 5 mm e cálculos entre 5 e 10 mm podem ser tratados clinicamente com analgésicos, remédios alfa-bloqueadores e hidratação. Cálculos maiores que 10 mm dificilmente serão eliminados. Nesse caso, utiliza-se a abordagem cirúrgica urológica para a retirada. As medidas preventivas dependerão do componente formador do cálculo. Em geral, ingesta hídrica de 2,5 L por dia ajuda a prevenir todos os tipos de cálculos. 

O paciente deve estar atento a mais algum cuidado?

Sempre que puder, ao expelir ou necessitar de abordagem urológica para retirada do cálculo renal, guarde-o em um recipiente seco. A análise física por infravermelho pode definir sua composição e, consequentemente, determinar o tratamento e a profilaxia (forma de prevenção) para que se possa evitar a formação de novos cálculos. 

Em caso de dúvidas, busque sempre a orientação de um médico de confiança.