A busca por opções de bebidas mais saudáveis dá cada vez mais espaço para o chá nas rotinas das pessoas. Alguns possuem propriedades calmantes, estimulantes e ajudam no bom funcionamento do metabolismo. Mas, é preciso cautela quando a finalidade é terapêutica. Para desvendar os mitos e as verdades sobre a bebida, conversamos com Raquel Carreiro, Coordenadora Nacional de Nutrição da Fresenius.
Segundo Raquel, a crença nos possíveis benefícios do chá contra doenças é muito frequente, por se tratar de uma opção natural. Entretanto, a Nutricionista alerta: “Faltam evidências científicas na validação da eficácia de sua utilização para a saúde humana”.
Como exemplo, a especialista cita os chás de emagrecimento, que prometem reduzir a gordura, mas apresentam uma realidade bem diferente: “A perda de peso saudável não ocorre por meio dessas soluções líquidas. A ingestão isolada de um único alimento não é capaz de promover melhorias à saúde, pois o fator que determina o impacto positivo no bem-estar é o padrão alimentar adotado na maior parte do tempo, assim como os demais hábitos saudáveis”.
Nesse sentido, Raquel dá orientações para aproveitar a bebida da melhor maneira: “O ideal é consumir uma infusão da erva, utilizando as flores, folhas ou cascas, mas nunca deixe ferver. Deve-se aquecer a água, preferencialmente, até uns 90 graus, desligar o fogo e, depois, adicionar a água sobre a erva, aguardando um período de cinco a dez minutos”. Ela destaca que o chá não pode substituir a água no dia a dia, e deve ser ingerido de forma pontual.
O importante é sempre consultar um profissional para oferecer instruções de modo individualizado, pois existem contraindicações: “Pessoas hipertensas, gestantes ou com comprometimento no fígado e nos rins devem sempre consultar o nutricionista antes de beber algum tipo de chá”. Outra dica importante é evitar consumir produtos sem controle de qualidade. “O ideal é buscar por locais confiáveis na compra e verificar se o fabricante possui identificação de origem das ervas e certificação para comercialização”, conclui.