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Dia Mundial do Lúpus: entenda as características da doença

O Dia Mundial do Lúpus promove a conscientização sobre a condição autoimune

Créditos: divulgação

Anualmente, 10 de maio é marcado pelo Dia Mundial do Lúpus. A data, promovida pela World Lupus Federation, tem o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos da doença que afeta milhares de pessoas em todo o mundo. Nesta matéria, a Dra. Lecticia Jorge, Gerente Médica Corporativa da Fresenius, aborda as características do Lúpus e explica como ele pode afetar os rins.

O que é o Lúpus?

Lúpus é uma doença autoimune, ou seja, uma condição na qual o sistema imunológico começa a atacar as células e as estruturas do corpo através do que chamamos de “autoanticorpos”. Os anticorpos são proteínas produzidas pelas nossas células de defesa visando nos proteger de infecções sendo direcionadas a atacar uma bactéria, por exemplo. Quando esses anticorpos combatem estruturas próprias do organismo, nomeamos de autoanticorpos. Esse é o mecanismo de doença encontrado no Lúpus.

O que causa o desenvolvimento dessa condição?

Não existe uma causa específica. É uma doença multifatorial que envolve diversos aspectos genéticos e ambientais. 

Quais são os principais sintomas?

O Lúpus pode causar manifestações e sintomas em diversos órgãos e sistemas. Os mais comuns são a queda de cabelo, as lesões cutâneas variadas, as dores articulares, a anemia, as alterações na urina e a disfunção renal, as modificações neurológicas e comportamentais, entre muitas outras.

Qual é o público mais propenso a desenvolver a doença?

Ela ocorre mais em mulheres jovens na idade fértil. A proporção chega em nove mulheres acometidas para um homem. 

Quais são os exames mais utilizados para detectar o Lúpus?

Antes dos exames, é importante a suspeita diagnóstica. Como os sintomas são diversos, é preciso sempre pensar nessa possibilidade.

Em caso de suspeita, são feitos exames como dosagem do fator anti-nucleo (FAN), dosagem do complemento (um marcador de atividade sistêmica imunológico) e de outros anticorpos específicos, como o anti-DNA, anti-Ro, Anti-La etc.

Além deles, é necessário avaliar um hemograma porque os pacientes possuem muitas manifestações hematológicas e, também, a realização do exame de urina, função renal, hepática, entre outros. 

Quais são as formas de tratamentos?

Como o Lúpus é uma doença autoimune e se apresenta, pois está ativa e atacando o organismo, é preciso reduzir a atividade do sistema imunológico, e isso é feito através do uso de imunossupressores.

Existem diversos tratamentos imunossupressores disponíveis, desde mais gerais, até mais específicos. A escolha vai depender dos órgãos que estão acometidos, gravidade da manifestação e características do paciente. Só um médico especialista e com experiência em Lúpus poderá definir as melhoras escolhas. 

Como prevenir?

Como a doença é multifatorial, não existe uma proteção específica. O mais importante é um diagnóstico precoce e um tratamento direcionado, nunca esquecendo que a adesão do paciente é fundamental para bons resultados. 

De qual forma o Lúpus pode afetar os rins?

Os rins são órgãos muito acometidos pela doença e que mais se relacionam com morbidade e mortalidade nesses pacientes. A manifestação se dá pela inflamação dos rins, ocasionada pelo “ataque” e depósito desses anticorpos, sendo a consequência mais comum a nefrite.

Clinicamente, os pacientes podem apresentar alterações urinárias visíveis ou apenas aparentes no exame de urina, pressão alta, edema e comprometimento na função renal variáveis com, até mesmo, a necessidade de hemodiálise. Uma ferramenta diagnóstica e de apoio à decisão terapêutica é a biópsia renal, que ajuda muito o médico em suas ações clínicas, indicada na maioria dos pacientes com nefrite. 

Em caso de dúvidas, busque sempre um profissional de saúde especializado.