Notícias

Dia Mundial do Câncer: campanha debate desigualdade de acesso ao tratamento

Letalidade do câncer está ligada a fatores socioeconômicos

Créditos: divulgação

O câncer representa um dos principais obstáculos para o aumento da expectativa de vida.  De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença já é a primeira ou a segunda causa de morte antes dos 70 anos em 112 dos 183 países e, além disso, ocupa o terceiro ou o quarto lugar em mais 23 países. O Instituto Nacional de Câncer (INCA), na publicação“Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil”, divulgada em novembro de 2022, projetou 704 mil casos por ano no Brasil até 2025.

Essas informações reforçam a necessidade de campanhas como o Dia Mundial do Câncer, realizada em 4 de fevereiro, uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da OMS. Com o tema “Por cuidados mais justos”, o foco é conscientizar as pessoas sobre as desigualdades do tratamento oncológico, que impedem indivíduos em todo o mundo de terem acesso aos cuidados fundamentais para o controle da doença. A ação visa, ainda, reforçar a importância de termos um mundo com acesso a serviços de saúde melhores para todos. Para Ana Beatriz Barra, Diretora Médica da Fresenius, a discussão é necessária: “Além da questão humana, a campanha traz para o debate a sustentabilidade dos sistemas de saúde”.

Desigualdade é principal causa de morte por câncer

No Brasil, a desigualdade é uma das principais causas de morte pela doença, de acordo com levantamento realizado peloObservatório da Oncologia. Para chegar a tal conclusão, a entidade realizou um cruzamento com dados de mortalidade e com indicadores como taxa de envelhecimento, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Índice de Gini (um indicador que mede a concentração de renda), quantidade de pessoas em condição de pobreza e número de leitos hospitalares.

Nos estados com IDH alto, menos pacientes morrem de câncer. Santa Catarina, por exemplo, possui um dos menores índices de desigualdade do país e, também, uma das menores taxas de letalidade, com 28,3%. O oposto acontece no Acre, o mais desigual, cujo índice de mortalidade está em 53%.

Ana Beatriz Barra aponta que esse é um fato observável em todo o mundo: “Novos tratamentos e as reformas de políticas de saúde, somados à educação da população garantiram melhores desfechos para os pacientes com câncer em todo mundo, incluindo a melhora da sobrevida e da qualidade de vida. No entanto, como muitas outras doenças, estudos populacionais demonstram que o acesso a esses avanços é bem mais proeminente em países de alta renda”, conclui.

Saiba mais sobre a campanha “Por cuidados mais justos” e apoie a iniciativa