As autoridades públicas brasileiras acompanham com atenção o avanço da dengue no país. Até o dia 26 de fevereiro de 2024, o Ministério da Saúde já tinha registrado 4,2 milhões de incidências só neste ano. Para se ter uma ideia, em todo o ano de 2023 foram contabilizados 1,6 milhão de casos. Com esses números expressivos, é importante um alerta para a prevenção de dengue de pacientes mais frágeis, incluindo aqueles com outras comorbidades crônicas, como a doença renal.
A Dra. Cristiane Rosa, Infectologista e Consultora em Controle de Infecção Hospitalar da Fresenius Medical Care, explica que essa é uma doença que pode ocorrer durante os doze meses do calendário, mas concentra-se, principalmente, nos períodos mais quentes e chuvosos, o que aumenta o risco de uma epidemia nessa época. “Do ponto de vista clínico, um grande desafio está na suspeita adequada e precoce, que é aspecto importante para uma evolução favorável. Por isso, é muito importante o diagnóstico diferencial”, explica.
Tratamento do paciente renal contra a dengue
O paciente renal infectado pela dengue necessitará de uma série de cuidados. Mesmo que já tenha visitado uma emergência, a recomendação da profissional é retornar se algum dos sintomas descritos abaixo aparecerem:
-Dor abdominal intensa e contínua;
-Vômitos persistentes;
-Inchaço, queda da pressão arterial ou sensação de desmaio;
-Algum tipo de sangramento, em momentos como os de escovar os dentes;
-Irritabilidade e confusão mental.
Outro ponto de atenção é que o cálculo de retirada de líquidos durante a diálise pode ser ajustado caso o paciente apresente desidratação. A Dra. Cristiane recomenda, ainda, seguir as orientações de retorno para controle de exame de sangue, uma forma de cuidado extra do paciente renal contra a dengue.
Prevenção eIdentificação dos sintomas
Para evitar o contato com o mosquito Aedes aegypti, a médica enfatiza que é importante eliminar os focos de transmissão. Ela aconselha a dedicação de 10 minutos por dia, procurando e eliminando os locais onde há acúmulo de água da chuva. É uma maneira de precaução do paciente renal contra a dengue.
Outro método importante, de acordo com a especialista, é usar repelente nas áreas do corpo expostas. “Procure no rótulo se a fórmula contém (a substância) icaridina e não contém parabenos. Eles são os menos perigosos para a saúde. Se alguém da casa ou da vizinhança for contaminado, reforce o combate, verificando os locais de água acumulada duas vezes por dia”, ensina.
A infectologista orienta para uma série de medidas, em caso de suspeita. “É preciso avisar imediatamente ao seu médico ou à unidade que frequenta. Deve, também, procurar um serviço de atendimento de emergência, lembrando de avisar que é paciente renal e solicitar que seja feito o teste confirmatório”, indica.
A Dra. Cristiane Rosa destaca, ainda, a importância da vacinação. Ela lembra que a rede pública está com a vacinação infantil, para menores de 10 a 11 anos, em curso em alguns municípios. Segundo a especialista, essa é uma outra forma de proteção para todos que moram na mesma casa.