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Como é feita a hemodiálise?

A hemodiálise possibilita a vida de quase 150.000 brasileiros como doença renal avançada

Créditos: divulgação

A doença renal é uma condição na qual os rins, ao longo do tempo, vão perdendo a capacidade de efetuar as suas funções. Na fase mais avançada da doença, esses órgãos vitais não conseguem mais filtrar o sangue adequadamente e, assim, não removem os resíduos tóxicos do metabolismo normal de qualquer ser humano, como ureia, creatinina e ácido úrico. Além disso, deixam de produzir hormônios importantes para controlar os níveis de glóbulos vermelhos no sangue e a vitamina D ativa, importante para a saúde dos ossos.

A condição pode se apresentar de duas formas: como Falência Renal Aguda, quando ocorre subitamente e provoca a rápida perda da função renal, ou como Doença Renal Crônica (DRC), onde a perda é lenta, progressiva e, muitas vezes, irreversível. A diálise é um tratamento que substitui os rins nestes momentos mais críticos, possibilitando manter a vida sem a função desse órgão essencial.  

Como funciona a hemodiálise?

A hemodiálise utiliza uma máquina para limpar e filtrar o sangue, executando parte do trabalho não realizado pelo rim debilitado. Com uma duração estimada de doze horas semanais, em geral, divididas em três sessões de quatro horas, o procedimento retira do sangue os resíduos do metabolismo que são prejudiciais à saúde, bem como ajuda a controlar o equilíbrio de líquidos no corpo.

Através de uma pequena bomba, a máquina aspira o sangue por meio de um acesso vascular, que pode ser uma agulha ou um cateter dentro de uma veia calibrosa, até um filtro dialisador. Dentro do filtro, o sangue do paciente entra em contato como uma membrana semipermeável imersa em uma solução de diálise, chamada de dialisato, que contêm água pura e alguns eletrólitos em níveis fisiológicos. As toxinas em excesso do lado do sangue transitam através dos poros desta membrana para o lado da solução do dialisato por mecanismos físicos conhecidos como osmose (movimento normal de moléculas que migram do lado mais concentrado para o menos concentrado), ou filtração (quando a pressão hidráulica força a passagem de água e moléculas). Após a passagem por este dialisador, o sangue, então, retorna limpo para o paciente por meio de uma outra agulha ou pelo mesmo cateter.

Normalmente, as sessões são realizadas em clínicas especializadas ou hospitais. De acordo com dados do Censo Brasileiro de Diálise 2021, em julho daquele ano, o número de pacientes em diálise no país foi de 148.363.

"A ciência criou a diálise para permitir que as pessoas cujos rins não funcionam mais tenham a oportunidade de viver, mesmo sem o funcionamento de um órgão vital. É uma oportunidade de vida. É possível ter qualidade de vida mesmo fazendo diálise e esta deve ser a missão de cada profissional que trabalha com esses pacientes", esclarece Ana Beatriz Barra, Country Medical Director da Fresenius Medical Care Brasil.

Além da hemodiálise, existem outras formas de tratamento para a falência renal, como a diálise peritoneal e o transplante renal, ideal para os pacientes com doença renal crônica avançada. O tratamento conservador, baseado em orientações importantes, medicamentos e dieta, tem foco na conservação da função renal, nas fases anteriores à falência completa do órgão. Por isso, é importante conhecer a saúde renal através de exames simples como a dosagem de creatinina no sangue.  

Diálise Peritoneal

Na diálise peritoneal, o procedimento utiliza o peritônio, uma fina camada de tecido existente dentro do abdômen que possui inúmeros vasos sanguíneos, e funciona como uma membrana semipermeável. O dialisato, neste caso, é infundido na barriga do paciente através de um outro tipo de cateter. A permanência por um determinado período deste líquido dentro do abdome provoca mecanismos de difusão e filtração semelhantes aos que ocorrem na hemodiálise e, quando este líquido é drenado, remove com ele toxinas e o excesso de água do organismo. A diálise peritoneal é uma proposta de autocuidado, realizado em casa, mas requer o devido treinamento e cuidados específicos.

A escolha do tipo de diálise deve ser personalizada e se basear em cada realidade clínica, mas também precisa considerar os estilos de vida da família e do indivíduo, sempre com o objetivo de manter uma vida que faça sentido ao paciente. Além disso, precisa ser avaliada a possibilidade e a vontade de se realizar um transplante renal na jornada da doença, que pode ser até antes do ingresso em diálise, os chamados transplantes preemptivos.

Em caso de dúvidas, busque sempre a orientação de um nefrologista de confiança.

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