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Obesidade e saúde renal: doença eleva em mais de 80% as chances de complicações nos rins

Segundo o Ministério da Saúde (MS), o índice de obesidade cresceu em mais de 70% no Brasil nos últimos 14 anos. Dados da International Federation of Kidney Foundations (IFKF) apontam que pessoas obesas têm um risco aumentado em 83% para desenvolver a doença renal crônica (DRC), em comparação àquelas com peso adequado.  Nesta matéria, você saberá qual é a relação entre a obesidade e a DRC, os fatores de risco e os de prevenção. Fique por dentro:

Quando obesidade e DRC se encontram

Considerada uma epidemia na América Latina pela Organização das Nações Unidas (ONU), a obesidade exerce relação direta com o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, tais como o diabetes mellitus tipo II e a hipertensão arterial sistêmica - principais causas da doença renal. Dra. Samira Prata, Diretora Médica da Prorenal Copacabana, explica que o aumento de peso excessivo ocasiona um estado micro inflamatório crônico capaz de desencadear fibrose renal e, ainda, a DRC. “Assim, tal condição estabelece uma dupla motivação para a disfunção dos rins”, comenta.

Pontos de atenção

“A obesidade é um grande fator de risco para complicações renais, pois, além de estar diretamente relacionada ao desenvolvimento das principais doenças causadoras da DRC, também aumenta as chances do diagnóstico de câncer renal, pedra nos rins e complicações cirúrgicas, como perda do enxerto do transplante”, esclarece a Especialista.

Outro ponto que merece atenção é um estudo publicado recentemente pela Universidade de São Paulo. Nele, há a revelação que a doença eleva os riscos da COVID-19. Para a Nefrologista, é possível afirmar que o vírus exerça um efeito ainda maior nos pacientes renais obesos. “Se por um lado, a obesidade é capaz de ocasionar a redução na produção de anticorpos, por outro, pacientes renais, a partir do estágio três da doença, sofrem redução da imunidade adaptativa. Assim, a maioria deles tem um desfecho mais desafiador na infecção pelo vírus”.

Prevenção é primordial

Além de manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade, Dra. Samira reforça a importância de o paciente realizar avalições do estado nutricional periodicamente, seguir plano alimentar indicado pelo nutricionista e, ainda, ajustar a dieta conforme os resultados dos exames de albumina e perfil lipídico.